Sobre a cultura do dedinho apontado

Há 13 anos, quando criei o blogue, fazia publicações sobre tudo. Temas diversos e, muitas vezes, banais, opiniões sobre filmes, acontecimentos da atualidade (políticos ou não), reflexões aleatórias profundas, saídas que fazia, entre tanta outra coisa. 10 anos depois, quando penso em publicar sobre algum assunto, dou por mim a pensar muito bem no que vou dizer e em como o vou transmitir porque sei que as pessoas se vão ofender com facilidade ou fazer julgamentos das coisas mais básicas que disser. Uma década foi suficiente para tudo mudar e qualquer coisa se tornar motivo para atacar alguém. 

Podia dar 100 exemplos mas vou dar um que vi mesmo hoje no Facebook em que uma mulher recém casada fez uma partilha acerca de um serviço de entretenimento que contratou para o casamento, explica que pagou caução mas, infelizmente, o pessoal não apareceu para fazer o serviço e ainda evitaram atender o telemóvel à noiva. Adivinham o que as pessoas comentaram? Que a mulher em questão fez muito mal em gastar dinheiro naquele entretenimento, que era apenas um extra, e que devia era ter contratado uma organizadora de casamentos. Ou seja, a senhora foi apenas alertar para que mais ninguém caísse no golpe da empresa em questão e rapidamente todas a atacaram, insinuando que o erro foi dela.

Não está aqui em questão se temos liberdade de expressão ou não, que claramente temos. Mas esta liberdade é confundida e misturada com abertura para maltratar o outro. Estamos a evoluir para uma sociedade cada vez mais agressiva, em que um quer dominar o outro e ter a última palavra só porque sim. E para quê? Dormem mais descansados?

Estamos a excluir a bondade, a compreensão e a empatia, ainda mais!

Pois eu vou contrariar isto tudo e escrever sobre o que bem me apetecer por aqui 👻

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